06/09/2017

CORRER RISCO






Uma aventura, deixar a adrenalina tomar conta, explorar o que me assusta, o que não conheço, o que duvido. Permitir experimentar a sensação que não tenho como explicar o porquê de querer tanto, sem saber o real resultado. Então me pergunto, será que tenho coragem para ir? Será que quero caminhar por caminhos tão ruins? Apertados? Complexos? Côncavo e convexo? Ouvir a música que já escutei que alguém escuta, mas nunca mergulhei na profundidade das notas de advertências do incontrolável, desconhecido, muito louco que me sustenta? Eu não pedi para estar aqui, eu nem me importo com o que você vai achar, eu não pedi para chegar, mas agora que tenho, que sou, tenho que ir, tenho que fazer, tenho que viver, a dor que corrói, a perda que deixa meu céu cinza, a certeza que não sou eu que controlo, não sou eu que construo, mesmo usando minhas mãos, mesmo usando os meus pés, mesmo usando minha expressão, não sei onde recarregar, mas recebo força e tudo se faz e dá certo. O vento frio da velocidade, o calor da aceleração, o corpo treme, as pernas travam, mas os pés me levam para saltar da altura que não saberei calcular, as mãos me conduzem no mergulho de profundidade desconhecida, a mente se encontra em conexão, o coração pulsa como um motor de milhões e milhões de cilindradas, os olhos não conseguem medir a dimensão, penso, estou no meu mais profundo vazio? Estou inerte na minha incapacidade? Não tenho o que fazer? Não posso fazer? Mas dentro do meu colorido e psicodélico mundo de definições e razões me deparo com a alternativa, menor que já existiu ou possa existir, a coragem de um toque, de querer se arriscar pela certeza que desmonta o medo, mesmo sabendo que ele vai voltar e tentar segurar em minha mão mais uma vez. Mesmo assim, eu fui e agora estou de pé, com uma sonoridade acalentadora invadindo meus tímpanos e tomando conta e refazendo tudo dentro de minha mente muito louca e cheia de dúvidas. Estava morrendo por não querer aceitar a minha limitação e a certeza que onde não tenho, onde não posso, onde não sei explicar, onde não é a razão, onde posso e devo me arriscar, onde é? Só tenho uma explicação, que pode com certeza parecer doideira para você. O risco é a única alternativa e acredito que para mim e para você. Todas as alternativas já foram testadas, mas a única que deu certo foi a fé.

Minha simples reflexão ao ler o texto bíblico Mateus 9:20-22


Paz e Rock and Roll

01/06/2017

GENTE COMO A GENTE!!!









Não dá para explicar o volume, a massa, violenta, cinzenta, que o Brasil se tornou. Todo dia revista, internet, televisão, o vizinho, o menino até o presidente, é só insatisfação; mentira; roubo e corrupção, a lista só aumenta e nunca se vê a solução. Começo a acreditar que o crime compensa, pelo menos no Brasil, pois tanto tempo os que governam sempre foram governados, os menos favorecidos sempre foram esmagados. Se formou um momento insuportável, insustentável, aqueceu globalmente a vergonha de nossa gente, somos piada, somos canalhas, bundas e mulheres peladas, disparamos na bolsa da vergonha, aumentamos o índice de analfabetismo funcional, houve aumento até no índice de casamento infantil, essa é nossa pátria amada, idolatrada, salve, salve, salvem por favor a mãe gentil, mãe que por gentileza se prostituiu,  mas, não é com qualquer um, afinal nem todos conseguem dar a um “BRICzinho”, se permite ser defraudada, se permite exposição em praça pública, se permite a revolução, e não adianta agora vir com bombinha de efeito moral, mas que moral “ô seu mané?”. Que porcaria de futuro você ver através dessa lente embaçada de curto alcance. Ei menino, o que é que você viu? Fez 18 agora, título de eleitor, voto, sonhos, letrinhas pra escolher, hummmm tô preocupado cheguei aos 40, muito sol, mas na nuvem protegido, tá suave, tá favorável, não estou reclamando, porque comida nunca faltou, mas estou com raiva, a garganta seca, tenho até medo de pirar e bater em pedra, sei lá, quem sabe até ficar de fora, mas... é o que mais tenho ouvido #foralula #foradilma #foratemer, fico me perguntando quem está de fora mesmo? Inclusão social, inclusão digital, inclusão no serasa, inclusão na lista do caos, é hora do grito, vamos pra rua, mas eu não vou pra rua, vivo na rua e você sabe o que é a rua? Cracolândia, São Paulo, Terra dura, Sergipe, Acaba mundo, Minas Gerais, Ramela, Catu, Bahia, Brasil. Mas gente é gente, gente não é quantidade de dinheiro, é gente! Gente não é cor, é gente! Gente não é voto comprado, é gente! Gente não é melhor nem é pior, minha gente começa a se ver como gente por favor! Preto, branco, rico, pobre, pequeno, grande, crente, ateu, prostituta, gay, drogado, noiado, político, traficante, policia, se certo ou errado...? Tudo é gente. Ops! não gostou do que eu escrevi? Ofendeu? Sujou? Não precisa ser assim? Eu sou gente, pensante, pulsante, ardente, sou dos que irritam, sou dos que tiram onda mesmo, as vezes egoísta mesmo e você está pronto pra perdoar meus pecados?




Paz e Rock and Roll

25/05/2017

AONDE É QUE VOU CHEGAR?





Violência, a esquina, janela do espanto, nas veias corre a dor;
Aonde é que vou chegar?
Minha lágrima rega o chão, a criança diz “Tiô, tô com medo!", na rua não tem amor;
Aonde é que vou chegar?
O frenesi, a favela, a polícia, a omissão;
Aonde é que vou chegar?
A mulher, preconceito, olho roxo, terror, perdão?;
Aonde é que vou chegar?
O bicho, o lixo, o esgoto, perfume importado, a bala perdida;
Aonde é que vou chegar?
O sangue, o corpo, jogado, o banco, a praça, a quarta revolução industrial;
Aonde é que vou chegar?
O velhinho, mais violência, outro mundo, sem alívio, sem alma, o robô;
Aonde é que vou chegar?
Facada, a carne, o corte, o vírus, B.O, o agressor;
Aonde é que vou chegar?
Escola, campo de batalha, vencer, quem é o perdedor?
Aonde é que vou chegar?
Salário, ensino, aluno e professor;
Aonde é que vou chegar?
Política, canalha, meu voto, desprezo alimenta a dor;
Aonde é que vou chegar?
Ladrão, traficante, político, cortar a fila;
Aonde é que vou chegar?
O outro, aquele lá, não fui eu...
Aonde é que vou chegar?
Engenheiro, Católico, Doutor, Crente, Menor, Meliante, Infrator;
Aonde é que vou chegar?
Zona sul, Zona norte, onde moro? Será que você mora?
Aonde é que vou chegar?
A luz, a dor, pedido de socorro, ilusão lá fora;
Aonde é que vou chegar?
Não tô pra agradar, não tô pra rimar, me responde você, onde é que vamos chegar?



Paz & Rock and Roll

11/05/2017

A CORAGEM DE FICAR CALADO








Hoje é comum ouvir dizer que estamos na era da informação, e claro, com um incremento que não pode faltar, na era da informação "rápida”. Todos têm uma opinião, é importante opinar, é obrigatório ter algo a dizer, seja o assunto que for. É preciso comparar, denunciar, criticar, ridicularizar, pois sempre dá pra criar algo melhor do que aquilo que nunca fiz, é preciso se destacar sempre; ser um exemplo de inovação; de solução, mesmo sem planejar o dano, mas tem que ser ainda esse ano. Não posso esperar mentes geniais e iguais para revolucionar, não posso me calar, é preciso falar; falar; falar e falar, onde penso que vou chegar? Meus pensamentos são perfeitos, tenho a solução, detesto a corrupção, furar a fila não é assim... um problemão, afinal sou eu, aqui entre nós, só não pode passar na televisão, quando aparece na extensão da mente “plim plim” aí sim tá errado. Mas agora tudo está errado, pois tenho a opinião correta; tenho que ser rápido, veloz como a luz, mas estou perdido na escuridão, pressão sobe, não reconheço meu coração, agora tem que dar certo, ouça minha voz, ouça minha opinião, ouça meu tropeço na desilusão, foi só um lapso, agora já encontrei outro caminho, vem comigo não estamos perdidos, se fosse outro estaria errado sim, mas sou eu..., não entendeu? Ouço vozes que me guiam, todas elas saem de dentro de mim, não posso te ouvir agora, pois tenho algo a dizer, é necessário me ouvir, pois gosto de ter a solução, não é egoísmo é porque simplesmente eu sei, o som da minha voz precisa ecoar nos quatro cantos, pois canto, pois encanto, deixa ele de canto.

Foi tão veloz que nem percebi o tempo passar, quem deixei de ouvir, bons sons, conselhos, verdades e tranquilidades. Precisava ficar calado, precisava ouvir mais, precisava desacelerar, mas quando precisei fazer isso tudo? aonde deveria perceber? Tudo isso ficou guardado dentro do medo de simplesmente querer ouvir, pois foi melhor falar para não perceber o medo que me rodeia, falar pra me sentir relaxado dentro do medo de parar e escutar, medo de ouvir uma voz suave, protetora e salvadora que está querendo falar com o meu coração, com total delicadeza e educação, com sabedoria e direção. Tenho que me calar diante de sua tão gigantesca expressão. Minha voz falha, nem foi necessário a minha informação, só precisei entrar no meu quarto, encostar minha cabeça no travesseiro e ao som do silêncio desacelerar o meu coração, descobrir que a solução não vem de minha mão, da minha força, das minhas perfeitas ideias. Mas sei que ao me calar a solução, o sonho, a ideia ou resultado chegará.  



Paz e Rock and Roll