O Brasil é
realmente um país muito complexo. Tudo é muito burocrático, o sistema político
é quase uma equação da impossibilidade, a insegurança é o pano de fundo do
nosso dia a dia, a cada ano acreditamos menos no processo educativo, sentimos
pânico quando pensamos na saúde( particular, impossível pagar; pública, não
paga pra morrer), o trânsito mata mais que a guerra. Mas de quem é a culpa de
tudo isso, já que a assinatura para esse quadro de horror é sempre da
corrupção? Então quem paga? Quem sofre? Quem é deixado para depois? Quem é
esquecido? Quem vai morrer? Mas antes da resposta simples “EU”, cabe mais uma
pergunta: Quem faz todo esse emaranhado de caminhos tortuosos acontecer? Será
que a resposta continuará num simples “EU”? Ou será que é outro o responsável?
Começo a pensar como fico indignado quando vejo um pessoa sofrendo por uma
espera, vítima da burocracia, sofrendo pela insegurança, pela falta de
oportunidade e por outros tantos assuntos, mas imediatamente vejo um desenho
escondido dentro desse grande panorama: se a situação é comigo, eu não me
importo com quem vai ficar pra traz ; se a situação é comigo, eu não me importo
de tentar dar um jeitinho, “aquele mesmo” o qual eu abomino, ou ainda, tenho
mil e uma justificativas para apresentar o meu laudo de “Só fiz isso, devido
aquilo”. A minha corrupção não pode ser justificada pela corrupção do outro,
acredito que cai bem citar o trecho de uma banda de rock dos anos 90 por nome Fruto
Sagrado: “Se você peca, merece perdão, mas se é o outro, já pensa na condenação”.
Quantas pessoas agora mesmo estão contribuindo com o comportamento idêntico ao
meu? Será que sou um bom exemplo ao ponto de me autoconferir o título de “O
Senhor que pode reclamar de tudo”? A vida e seu funcionamento social são um
quebra-cabeças cujas peças são as minhas ações e decisões, fatos e atos, já que
mediante a minha reação o outro imediatamente será influenciado, atingido, seja
lá qual for o adjetivo escolhido. Como posso pensar em um país melhor, se
quando o contexto não me favorece, imediatamente eu reduzo minha visão, minha
capacidade de percepção e bom senso, para que eu enxergue mais rápido e com
excelente foco o meu caos? Será que ao me priorizar vai melhorar para o outro?
Será que minha urgência sempre será maior que a do outro? Para terminar quero
citar um trecho de uma das composições do músico Déio Tambasco “Buscar as
coisas certas da maneira errada é o mesmo que nadar contra a maré, lutando
pelas nossas próprias forças, já entramos na batalha derrotados”.
Paz e Alegria!!!