E o tempo passou tão depressa!
Mas, confesso que eu não percebi. Se tivesse que fazer tudo de novo, eu não
tenho dúvidas que faria! Afinal, na infância eu queria os livros escolares dos
meus irmãos para copiar as figuras. Lembro-me de algumas ilustrações até hoje.
Já na adolescência, estudava Desenho Artístico. E levava a sério! Com 12 anos
estudava no colégio pela manhã e passava muitas tardes trancado no quarto,
estudando luz e sombra; perspectiva; anatomia e sonhando muitos sonhos!
Admirava Michelangelo, Leonardo da Vinci e Rembrandt. Queria ser talentoso como
eles e se me perguntassem o que gostaria de ser quando crescesse, não
hesitaria: “Quero ser desenhista!”.
Tempos depois, quando fui
estudar pintura em tela, me impressionei com os Impressionistas e também
desejei pintar como eles! Numa época sem internet, passei longas tardes na
Biblioteca Municipal, pesquisando sobre arte e artistas nos livros. Sabia que
não seria fácil, mas quem disse que o que é fácil tem graça? Então, tive que
começar a trabalhar e continuei estudando desenho artístico e pintura em tela.
Fiz muitos cursos pagando com meu próprio dinheiro, e sabia que lutava por algo
que nunca ninguém poderia tirar de mim.
Nessa época brincava dizendo
que queria conhecer o MASP, e anos mais tarde o conheceria pela primeira vez
através de um concurso de melhores frases da Folha de São Paulo, que escolheu
alguns leitores para o curso de História da Arte na escola do museu. Quando
entrei no MASP pela primeira vez, estava acontecendo a exposição do pintor
Renoir e entrando no espaço da mostra, deparei com uma tela do pintor Manet, de
quem era grande admirador. Emocionante! Os grandes mestres do Impressionismo
ali, diante de mim!
Arte é emoção. E porque é
emoção, mexe com os sentimentos. Sei que poderia ter abandonado tudo e seguido
outra profissão. Mas, seria eu feliz? Já tentei desistir, afinal, dedicar tanto
a um trabalho para ouvir que é caro, quando não é, desanima e frustra qualquer
um. Mas todos os caminhos têm espinhos, e eles ferem. Porém, há um destino a
chegar e espinhos jamais frustrarão esta chegada. Afinal, Deus não erra. O que
Ele coloca em nossas mãos, foi depositado em plena confiança a nossa capacidade
em desenvolver. E se Ele acredita em mim, porque eu não deveria acreditar? No
próximo ano, completam-se 32 anos que um menino começou a sonhar com arte e nunca mais parou. A contagem regressiva já começou! Chorei, mas
também sorri. Desisti, para bem rápido retomar de onde parei. Desanimei, para
que logo alguém me ajudasse a ficar em pé novamente. Afinal, insisti, e por
isso ainda estou aqui!
Marcos Rodrigues, é desenhista artístico e designer gráfico; mora em Americana (SP), é membro da Igreja Presbiteriana do Brasil. Visitem sua page no Facebook.
O Texto e todos os desenhos pertencem a Marcos Rodrigues
Paz e Alegria!!!