Queremos amar? Queremos amor? Se conhecemos só uma parte da verdade? Se o que
sabemos é apenas o que contam? O que falam, é do ponto de vista que é
conveniente, insuficiente, arrogante e deprimente, é sempre incompleto,
inquieto, assustador sentir o cheiro da dor, o mais alarmante é que, não posso
mais pensar simples, não posso achar que tudo deve ser para todos, agora é necessário,
obrigatório pensar só para um lado, mas que lado? Se do lado que estou sempre
estou errado, pois o outro lado reivindica a sua parte e possibilidade de dor,
o meu amor. Mas que amor é esse? Que país é esse? Fico a imaginar, refletir,
tentar enxergar em que terra estou pisando, não podemos mais sentir pelo outro,
pois a dor daquele é maior, mesmo que ainda não esteja acontecendo, eu preciso
me importar mais com o provável do que com o evidente. Isso me faz sofrer,
perder a noção do que é entender. Entender que o amor nunca desiste, que o amor
não quer o que não tem, não é na base do “eu primeiro”, não contabiliza o erro
do outro, não festeja enquanto o outro rasteja. Queria tanto ver com clareza,
mas me encontro em um nevoeiro, tateando o toque gélido da neblina, mas o
coração bate, o sangue corre, muita das vezes inocente nas calçadas, não é
pobre, não é rico, branco ou preto é gente como a gente que já está cansada de
tanto desrespeito com a gente, minha gente presta atenção é nossa própria gente,
que está se matando, dando mais valor ao terror do que ao amor, é insuportável ver a desilusão
plantada dentro do coração, a ausência da certeza que pode dar certo, mas
enquanto a perfeição não chega, tento me sustentar na confiança, na esperança e
no verdadeiro amor, sem fronteira, sem partido, sem cor, que respira por
aparelhos, que saboreia o gosto da dor, mesmo que a vida seja um relógio sem
despertador e perca a noção do tempo que ainda me resta, vou preferir caminhar
pelas ruas, escolher um banco na praça, sem uma julgamento, oferecer o que me
resta. Espero que você aceite o meu amor.
Paz e Rock and Roll
Paz e Rock and Roll
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