22/03/2018

ENQUANTO ISSO, O MEDO ME ACOMPANHA!!!





As histórias contadas e vividas não causam medo, não causam assombro, guardamos apenas boas e más lembranças, as vezes resolvemos até nutrir saudades, mas... o caminho trilhado, o futuro que não se sabe ao certo mas vive sendo planejado, a incerteza do saber se certo ou errado, sucesso ou fracasso, vida ou morte, amar ou ser esquecido, ter ou ser, esses são alguns dos capítulos da próxima história... mesmo assim tenho minhas dúvidas, considero questionáveis as possibilidades de produção do medo diante desses cenários. Mas e o agora? Nele é sempre agitado, o agora é sempre uma possibilidade produtiva ou desastrosa, é um planejamento singular, fugindo do que passou, tentando acertar no que ainda não se sabe como será, é o abismo entre ontem e o amanhã, o que estou fazendo agora? Onde estão as minhas mãos? Onde está meu pensamento? Onde estão os meus pés? Perto de onde e longe de que? O que está sendo produzido dentro do meu coração? É aqui e agora que vejo tudo, que monto tudo e me desmonto todo, que me deparo com a montanha que me desafia em escalar, me deparo com o muro que me diz que consegue me separar, que me deparo com uma mão em meu peito tentando me segurar, não me deixa levantar, não me deixa caminhar, o agora é aterrorizante! Quando olho para os passos que me levam em círculos e estacionam no mesmo lugar, o coração bate, o sangue aquece, a raiva entra sem pedir licença aos meus olhos, dissolve minha coragem, minhas ideias, criatividade estilhaçadas como o melhor e mais fino cristal, desespero agonizante, sufocante, uma dor no peito aprisionada para não gritar. Os desafios estão postos na mesa, diante dos meus olhos e do meu nariz, sinto o cheiro da desistência, da dormência, por mais alguns minutos sinto-me preso na impotência, estou preso? Fui capturado, amordaçado com o arame farpado da minha própria consciência, certeza irrelevante de um anseio produzido pela impaciência. O medo também produz a paralisia, a idiotice, a babaquice, a ausência de fé, a tolice de que apenas mais um dia parece ser maior que a eternidade. Estagnar é pior do que se decepcionar com o que foi feito e fracassou, as alternativas de sucesso não estão no agora, mas sim dentro do seu trabalho árduo, da coragem de acessar na reverberação continua do futuro, de trilhar o caminho escuro (a fé é isso), a vó da menina já dizia “Coloca o medo debaixo do braço e siga”. Viver é o risco, a vida é o perigo, parar é o acidente incapacitante, prevenção é não desistir, saber que não posso ter medo de saber que sinto medo, saber o gosto do não, mas não porque você é incapaz, mas... só e somente só agora... que você consegue produzir o amanhã através de sua fé.


Paz e Rock and Roll

2 comentários:

  1. O texto, deste poeta que parece ter me encontrado na esquina e ter lido a minha mente. Ui...que medo!
    Mas essa é minha sina, fracionada nos meus diversos e distintos tempos. Não sei bem, se sina, se infeliz escolha ou o reflexo de apenas uma que parece infindável.
    Amo essas reflexões, amigo. Me identifico muito com elas. É que às vezes parece que sou eu ditando os versos.
    Muito bom!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que você gostou, mas sei que você também escreve, lembro de alguns textos seus quando nos conhecemos, só que era na maquina de datilografia kkkkkkkkkkk
      Você podia escrever um pouco aqui pra o Blog

      Excluir