Olhando para o papel em branco, tentando escrever, espremendo os
neurônios para tentar tirar algumas poucas palavras, mas o que surge? As piores
perguntas para um momento simples como esse, falar o que? Estou pensando em
que? Quem vai ler? Sem importância, sem contribuição, só algumas frases
desconexas que saem de dentro do nada, talvez ligar a tv e continuar a viajar
nesse ócio tão poético, psicodélico, estranho que não acrescenta, não ajuda,
não é isso que quero. Preciso estender a mão, para alguém, para quem? Sou útil?
Quando ajudei? Tentar contribuir, acrescentar, trilhar pelo caminho
desconhecido, desconstruído, nada assusta, imperceptível, calor lunar, mas um
gole de água, para sustentar as últimas palavras que não vão te dizer nada, só
tentativas ruins de buscar algumas ideias na alma, ideias deixadas para traz,
falhas, desajuste, o nada é tudo, tudo passa em baixo do nariz e já se
transformou mais uma vez em nada. Sei lá onde vai dar, que dia vai ser, que hora
será, mais um refrigerante para reagir, preciso corrigir, comportamento, saúde,
vícios, erros que tentam me matar, não posso esfriar, é hora de lutar, com
quem? Exatamente, comigo mesmo, não cuidei do lado de dentro, o sangue pulsa,
corre, não tenho tempo pra reclamar, a vida corre e você nunca é deixado pra
traz, mas se vacila será pisado, empurrado para onde não quer ir, a vida é um relógio
sem despertador, sem alívio, sem medo de imprimir a dor, a resistência diminui,
mas no fim do túnel tem luz, reagir, refletir, persistir, viver o que ainda me
resta, a vida é bela, intensa, dura, a vida é festa.
Minhas ações não me garantem sucesso, mas é a garantia de libertação da inércia!!!!!
01/02/2018
25/01/2018
ORGULHO, MEU ORGULHO
O tempo passa, não para, o mundo gira, vira a cara, virei mais
uma esquina, no final do quarteirão e olha com quem encontrei... exatamente...
o meu espelho que constantemente tem e quer falar algo pra mim, poxa, como ele
é chato, nunca deixa eu falar, ele sempre tem assunto pra preencher todo o
tempo e espaço, mas dessa vez achei ele mais chato, muito estranho, ele parecia
não querer falar de mim, mas começou a contar muitas de suas próprias histórias,
uau, como senti na pele a sensação ácida do seu orgulho que saltava das suas
palavras adocicadas e soberbas, me fazia pensar como já tinha feito tantas
coisas, estudado tantas coisas, quantas habilidades, quanta capacidade, quanto
talento. Até onde ele vai? Onde ele quer chegar? Vamos celebrar, cantar, gritar
pelos quatro cantos dessa terra envolvida em uma angustiante aridez, não
consigo perceber a raiz do orgulho, mas enxergo a sua desnecessária vontade de
sobrevivência sobre todas as coisas.
Mas do que realmente posso me orgulhar? Imagino que orgulho seja
um tipo de vinho refinado que você escolheu ou mesmo uma comida extremamente
agradável ao paladar, mas aquela comida que fui buscar, não penso que posso me
orgulhar do que tenho, do que sei que sei fazer, das minhas habilidades, dos
meus talentos. As minhas decisões me constroem ou destroem, sei que minhas
atitudes valem meus sonhos, os meus motivos declaram a minha essência, reconheço
que ter habilidades, conhecimento, capacidades, me empurram até a ponte das
minhas decisões, se posso pensar em poder me orgulhar, me orgulharia das minhas
decisões pois, mas importa por que faço do que o que faço. Depois da ponte pode
não existir sucesso em minha escolha, mas o sucesso ou insucesso chegará inevitavelmente
pelo simples poder de decidir. As minhas habilidades ou talentos me impulsionam
para o outro lado da ponte, mas as minhas decisões é quem permite nascer do
outro lado da retina o vasto campo das possibilidades. Tudo se traduz e se produz
logo após a travessia infinita da minha ponte, que por um gesto de muito
carinho e gratidão costumo chama-la de minha querida vida.
18/01/2018
A MECANICIDADE DA VIDA É VIVA
Andando pela rua o vento faz apertar os olhos, mais um passo a frente,
sempre mais próximo do que os olhos simplesmente veem, o cheiro chegando é
simplesmente constatação, uma dança está pra começar, é simplesmente alguns
passos para lá e mais alguns para cá, estou com calor, suor começa a escorrer,
a garganta grita: Nós queremos água. O atendimento da solicitação que não tem
alternativa de burlar, por onde vamos? Para onde vamos? Quando chegamos? Exatamente onde faz todo sentido, pelo que
simplesmente é óbvio, não tem espaço para o questionamento, não tem influência
(que por sinal aceitar a influencia é o atestado da incapacidade de decidir), mas
pode escolher ver pela perspectiva que quero ter. Mais um bom dia, mais uma boa
tarde e em seguida boa noite, aperto de mão, muito obrigado, o mínimo da
educação aprendida ou talvez repetida, obrigatória pela intenção do retorno
previsível, o caminho da continuidade do interesse. Benéfico para quem? A mecânica da vida que é uma vida mecânica,
onde tudo tem seu local, onde tudo tem seu horário, onde tudo é exatamente
necessário após o que é passado, que é a continuidade óbvia do praticado, a
resposta exata do que é e não pode mudar, talvez seja muito difícil, mas
acredito que enquanto ando na rua, sinto o vento que abraça meu olhos e o deixa
com um sentimento de timidez, porque sinto seu cheiro chegando mais perto de
mim. Começar a dançar é o sentimento de embalar e ser embalado pelo calor que
aquece o corpo, a vida, o tempo que não é físico, não é química, não é exatas,
pois exatamente faz todo sentido, mesmo não sendo óbvio, criando espaço para
todos os questionamentos possíveis, tudo é muito mais do que simplesmente apenas
ser, muito mais que ser, é sentir, não é reagir, é querer que seja bom pra mim
e pra você, não é ser educado, é gostar de saber que você se sente bem e sentir
o gosto, ouvir o som da sensação boa que você tem e me oferece de volta, a vida
não é mecânica gelada, mas é o que é agora, o que passou e não dá pra voltar,
pois mais a frente tem mais de você sentindo como será.
11/01/2018
TENTAR
Eu não me sinto da forma como estava acostumado
Os céus são mais cinzas do que
azuis
Mas eu sei que um dia irei
atravessar
E irei tomar meu lugar
novamente
Se eu estiver tentando,
tentando e tentando.
Não há ninguém para eu culpar
Pois eu sei... que a única
coisa no meu caminho... Sou eu
Eu não vivo da forma que eu
quero
Aquela antiga foto deixada
apareceu...
Mas estou cansado de ficar me
acostumando
Um dia então, irei tentar,
tentar, tentar
Se eu tentar...
Esse texto é um composição de uma garota americana, que se chama Mandy e que perdeu a audição com 18 anos, mas aos 29 anos resolveu voltar a compor e cantar, pois ela entendeu que poderia tentar e conseguir. Ela começou a usar associações
de memorias, afinadores visuais e confiando no seu tom afinado e seu timbre de voz, voltou a compor, tocar e cantar. Ela atualmente canta descalça para sentir a vibração do som dos instrumentos e simplesmente olha para a platéia e entrega o melhor que ela sabe que pode fazer.
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