17/11/2016

DESEJOS INVENTADOS


Precisamos saber separar nossos desejos de nossas necessidades. É muito comum você ser questionado e às vezes até abordado com declarações de preocupação pelo fato de você ter resolvido fazer algumas mudanças na sua caminhada ou estrutura de vida; esse novo formato que você escolheu trilhar ganha até alguns status como fracasso, preguiça, desistência ou ainda se ouve “esse formato está fora do padrão” que é determinado como ideal, mas qual o padrão? Qual o ideal? Quem pode dizer qual o melhor caminho? Quem pode dizer qual a melhor forma pra você viver? Por que é necessário sentir saudade do que já passou para estar no caminho certo? Vivemos numa época em que as futilidades têm se consolidado como imensamente importantes, têm sido exploradas, se mostrado atraentes, relevantes e também determinantes para  formação de padrões a serem seguidos o que desencadeia um universo paralelo onde cultivamos o desejos global e generalizado do “Preciso ter” e aí aperta-se o play, para começarmos a consumir; não precisa fazer sentido, mas eu quero; Usamos escalas comparativas para sabermos se nossos desejos estão sendo saciados, se somos capazes de fazer parte de determinados grupos ou ainda se alcançaremos a atenção de um núcleo específico, ou seja, somos incentivados a permitir que nossos desejos inventados tomem o lugar de nossas necessidades reais. Evolução comportamental, avanço tecnológico, velocidade, ordem e progresso, tudo isso é necessário, mas nunca é a meta central do desejo, pois temos a certeza de que estamos em frente ao infinito, entretanto no centro do caos. Todas as suas mudanças são riscos, porém qual o maior risco comparado ao de não correr nenhum? Precisamos entender e simplificar para saber que precisamos do que realmente precisamos, saber identificar nossos desejos e não confundí-los com nossas necessidades. Alguém já perguntou e afirmou:  *Já te disseram que você já é feliz!? Não estou determinando que nossos desejos sejam o erro de nossas vidas, um caminho de retrocesso, que não podemos desejar, não podemos admirar, não podemos nos impressionar ou mesmo lutar por algo; não estou abrindo o convite para uma vida de comiseração, e sim para sermos mais reflexivos, usuários da inteligência prudente e respirar o ar limpo da sobriedade.



*Série de vídeos com Zé Bruno – guitarrista e vocalista da Banda Resgate


Paz e Alegria!!!

10/11/2016

ENGENHARIA KIDS




Enquanto observava a *filhinha de uma amiga que brincava sozinha e viajava no seu mundo de construções criativas, resolvi oferecer-lhe alguns brinquedos para incrementar sua diversão, o brinquedo tinha uma estrutura de montagem para um formato “limitado”. Enquanto eu a observava  tentando fazer a montagem, entendi que ela não conseguia enxergar o modelo único para o qual o brinquedo estava projetado. Subestimando sua capacidade de visão de mundo, resolvi oferecer uma ajudinha, montamos juntos e quando finalizamos ela olhou pra mim e disse: Agora vou montar uma coisinha; voltei então a observar seu processo criativo. Por fim ela fez uma montagem totalmente estranha e com um formato simplesmente longe do que seria o destinado para aquele brinquedo (que por sinal tinha seu formato original  sem graça e também pouco divertido). Na sequência ela foi apanhar dois de seus bonecos e os colocou para dormir, olhou pra mim e disse: Agora pronto! Daí entendi que aquela montagem, bem estranha, tratava-se de uma cama e que atendia a uma necessidade dos seus bonecos (na cabecinha dela, eles precisavam dormir), comecei a expandir meu raciocínio e vi que sua criação era bem mais divertida do que a minha, era mais abrangente que a minha, não era egoísta como a minha (minha montagem só atendia a quem estava montando; a dela atendia a quem montava e a outra pessoa, nesse caso, os seus bonecos que precisavam dormir) e me lembrei do que um dia falou Jesus: Deixai vir a mim as crianças, pois delas são o reino dos céus! A capacidade criativa e de autoentretenimento de uma criança é algo simplesmente incrível; a capacidade de inovar e reinventar é digna de um prêmio de empreendedorismo, elas conseguem oferecer uma aula de alto nível, beleza e complexidade a qualquer tipo de empreendedor. São especialistas em enxergar possibilidades simples para os questionamentos mais complexos expostos ao seus olhos e mente, além da habilidade de não desistir, de criar novos caminhos para alcançar seus objetivos e de convencer os seus colaboradores (pais, tios, avós, etc) a embarcarem nas suas ideias. Definitivamente as crianças são extremamente versáteis, se viram com o que têm e nunca deixam de se divertir com suas ideias, choram, gritam, berram quando não dá certo, mas nos próximos minutos limpam as lágrimas e já estão prontas para arquitetar as próximas possibilidades. Comecei a pensar que, na maioria das vezes, queremos criar, apresentar ou oferecer soluções ou respostas que consideramos inovadoras, mas ao nos depararmos com um processo de alta exigência criativa, já buscamos nos refugiar em regras e caminhos simplistas existentes, ao ponto de perguntamos: Será que ele(a) não está vendo que é por esse caminho que deve trilhar? Queremos tanto a novidade, mas somos imensamente capazes de bloquear essa criatividade livre com moldes engessados e corremos o risco de transformar as próximas gerações em meros repetidores, um eco de alta frequência, de mais do mesmo. A frase “as crianças são o futuro da nação” nunca se concretiza, porque nos interessamos mais em formar uma geração de reflexos repetidos do que permitir que as alternativas livres da mente criativa das nossas crianças ganhem formas eficientes e solucionadoras.


Texto dedicado a amiguinha *Liz 


Paz e Alegria!!!



03/11/2016

HISTÓRIA DA VIDA





O vento sopra, a vida passa, a história fica;
Um pássaro voa, um sonho nasce, o fruto que está na árvore;
O cuidado é essencial, o destino pertence a Deus;
A dúvida é do homem, a luta é da mulher;
Amigos são importantes, a boca é quem diz, o coração faz a ação nascer;
Onde estamos? Para onde vamos? Dias são contados;
Um passo à frente, a história fica;
Qual a melhor decisão? Minha companhia é uma interrogação;
Fé, mover montanhas, não ter o controle;
Esperar, demorar, incerteza;
Mais um dia, a história fica;
Uma opinião, outra opinião, nenhuma é igual a outra;
Mas um suspiro, ainda existe dúvida, o coração ainda pulsa;
Não precisa desistir, a luta continua, a vida nua, árdua e crua;
Sentado, o vento sopra, a caneta desliza e registra a história que fica;
Mas se a vida continua, a vida passa e a história é que fica;
Mas uma vez o sol se põe, não sei se a vida continua, mas sei que a vida passa e a história é que fica.


Texto dedicado ao meu sobrinho Abner. Escrito no dia 13/10/2016, às 16:35h.


Paz e Alegria!!!

27/10/2016

ONDE ESTÁ O HOJE?





Há tempo pra tudo e para todo o propósito debaixo do Sol!
Mas há uma palavra especial na Palavra de Deus com relação a tempo: Essa palavra é HOJE.
Um rasgo, pra nós, na eternidade, limitada por horas, minutos, segundos. Chamamos a isso o que usamos pra medirmos momentos, agenda, afazeres,...
Mas para Deus tem outro significado - oportunidade de realizarmos missão e propósito de vida. Sem esse senso de propósito, de prioridades, vamos ao sabor da vida, como folhas ao vento. 
Tiramos tempo da família - esposa, filhos... - , pra nos ocuparmos dela... DEPOIS.
Tiramos tempo dos amigos para estarmos com eles,... DEPOIS.
Cuidamos de tudo, de correr atrás de coisas do que almejamos conquistar ou adquirir para gozarmos a vida e nos esquecemos de nós e da nossa saúde, para cuidarmos de nós mesmos... DEPOIS.
Escravizamos-nos no trabalho para que tenhamos qualidade de vida... DEPOIS.
Deixamos de amar – e amar está longe de nutrirmos sentimentos por alguém, mas refere-se a servirmos a quem decidimos servir e fazê-lo feliz – para cuidarmos de coisas que julgamos essenciais e deixamos pro DEPOIS esse exercício, tendo por base as nossas expectativas e presunções sem sabermos de fato o que alguém deseja ou precisa, sem que, no íntimo do relacionamento o tenhamos descoberto. Deixamos na verdade pra DEPOIS, o repartirmos o coração. Somos capazes de andarmos juntos, comermos juntos, morarmos debaixo de um mesmo teto, mas deixamos pra DEPOIS o relacionarmos em verdade e como fruto de relacionamento verdadeiro, coisa que faz de nós, gente e não animais que andam, comem, bebem, só por uma questão instintiva, fisiológica ou circunstancial.
Somos, na realidade, movidos pelo DEPOIS e não pelo AGORA. Esse agora de Deus que significa o aqui, o já e não o DEPOIS.
Muitos há que ainda creem que quando Deus fala na Sua Palavra sobre eternidade, nos fala sobre uma quantidade incontável de dias, mas se olharmos melhor, em toda a Bíblia, vamos descobrir que a eternidade é na realidade um dia que, de tão especial, nunca termina. O hoje que já não é um rasgo no tempo, um momento que se perde, mas o eterno que Deus quer que experimentemos e dele tomemos porções, como que numa mostra do que será lá no alto, na nossa morada definitiva.
Corremos muitos riscos na vida e trajetória humanas, mas o maior deles é o de deixarmos pra DEPOIS tudo o que é de fato importante para passamos a nos ocupar do que é urgente (coisa que já foi importante mas que por não ter sido valorizado, virou urgente)... e descobrimos depois, que o DEPOIS passou sem que o percebêssemos...
Deixamos de amar os filhos, pra depois correr contra o prejuízo quando a vida os tomar de nós. Deixamos para amar a esposa depois, pra correr mais tarde pra consertar o relacionamento enfermo e que já não é... E assim vamos nós, conjugando o DEPOIS e não o HOJE. Na realidade, sabemos o que devemos saber. E quem sabe o que deve fazer e não o faz, engana-se a si mesmo e erra feio.
Amar, servir, investir tempo com gente - e em especial a quem amamos - é coisa pra o HOJE e não para o depois. O depois nunca foi uma palavra valorizada por Deus na sua instrução para que a observássemos. Ligar pra quem ama e dizer-lhe isso. Escrever bilhetes a esse alguém e não deixarmos pra DEPOIS. Priorizarmos gente ao invés de coisas e não deixarmos para DEPOIS. Gastarmos a nossa energia na direção do outro, do próximo e não para DEPOIS. Termos coragem de nos arriscarmos, de nos lançarmos a amar sem receio. Sem as amarras do que já se foi e sem nos amedrontarmos pelo que virá. Basta pra cada dia o HOJE. O amanhã trará consigo o seu próprio desafio e dele, cuidará Deus, conforme nos prometeu. Importa-nos viver o HOJE, discernindo com Deus qual seja esse hoje. Há tempo pra tudo nessa vida, mas o HOJE precisa ser vivido e conjugado. Antes que não tenhamos mais por perto quem amamos, o que nos é importante, e o que nos é realmente importante, o tempo.


"Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano..." Hebreus 3:13


Rubinho Pirola: Cartunista e professor de Historia em Quadrinhos e Design Gráfico, formado em Publicidade e Marketing, Teologia e pós-graduado em Edição de Livros e Novos Conteúdos Digitais. Viveu na Europa - Reino Unido e Portugal onde atuou em ONGs e servindo à Radio Transmundial. É um cristão que ama as escrituras, tanto que dentre as coisas que mais gosta, estão estudar e ensinar a Bíblia - especialmente para jovens - usando o humor.