Sonhar, existir, caminhar, estrada longa, não sei se tem fim,
não sei se vai acabar, mais uma gota de suor escorre entre minha barba, agora
um vento bom de sentir, mais uma vez já estou no asfalto impermeável, quente,
escaldante, alucinante, sem ar, totalmente condicionado, mais uma esquina cheia de prédios,
argumentos, ouvidos, quem tiver os seus que ouça, preciso chegar, preciso
alcançar, mas alcançar o que? Vaidade? Não, só a minha vontade. Mas será que
tudo, opções, escolhas, vivo e sobrevivo dentro de uma bolha, será que tudo não
passa de vaidade? O gosto do fracasso arranha minha garganta, as vezes bate em
minha cara, será que vou conseguir continuar? Qual o melhor caminho? Encontrar
a luz, ver o caminho, estou no caminho certo? Quem foi que disse que estou
certo? A luta, a dor, acertar, errar, tudo faz parte. A criança que brinca,
puxa seu carrinho, aproveita o vento pra soltar sua pipa, aproveita a gota da
chuva pra sorrir. Tudo é fantástico, é como um reino encantado, fiquei velho
dentro da minha juventude, cansado, nem sei quando errei, também não sei quando
acertei, alguém me diz que posso, que sou demais, perguntei para o espelho, em
que somos diferentes? Resposta constrangedora, silenciosa, igualmente calada até
o momento que se percebe que é possível levantar, alavancar, reescrever a história
quantas vezes e formas que quiser, tudo depende da ação, da vontade de apagar a
inércia. A busca pelo sucesso são exatas sucessões de erros, fracassos após fracassos
para no fim entender a solução de como mudar a estática situação do seu
espelho.
Texto maravilhoso... Reflexão excelente.
ResponderExcluirQue texto! Sentimentos e sensações digitados. Ana Léia.
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