04/01/2018

O FRACASSO







Sonhar, existir, caminhar, estrada longa, não sei se tem fim, não sei se vai acabar, mais uma gota de suor escorre entre minha barba, agora um vento bom de sentir, mais uma vez já estou no asfalto impermeável, quente, escaldante, alucinante, sem ar, totalmente condicionado, mais uma esquina cheia de prédios, argumentos, ouvidos, quem tiver os seus que ouça, preciso chegar, preciso alcançar, mas alcançar o que? Vaidade? Não, só a minha vontade. Mas será que tudo, opções, escolhas, vivo e sobrevivo dentro de uma bolha, será que tudo não passa de vaidade? O gosto do fracasso arranha minha garganta, as vezes bate em minha cara, será que vou conseguir continuar? Qual o melhor caminho? Encontrar a luz, ver o caminho, estou no caminho certo? Quem foi que disse que estou certo? A luta, a dor, acertar, errar, tudo faz parte. A criança que brinca, puxa seu carrinho, aproveita o vento pra soltar sua pipa, aproveita a gota da chuva pra sorrir. Tudo é fantástico, é como um reino encantado, fiquei velho dentro da minha juventude, cansado, nem sei quando errei, também não sei quando acertei, alguém me diz que posso, que sou demais, perguntei para o espelho, em que somos diferentes? Resposta constrangedora, silenciosa, igualmente calada até o momento que se percebe que é possível levantar, alavancar, reescrever a história quantas vezes e formas que quiser, tudo depende da ação, da vontade de apagar a inércia. A busca pelo sucesso são exatas sucessões de erros, fracassos após fracassos para no fim entender a solução de como mudar a estática situação do seu espelho.  

2 comentários:

  1. Texto maravilhoso... Reflexão excelente.

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  2. Que texto! Sentimentos e sensações digitados. Ana Léia.

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