Assumimos diariamente a responsabilidade de remodelar as histórias das
pessoas que estão ao nosso lado, ou será que somos nós que estamos ao lado delas?
Bem, não importa, importa o meu grau de responsabilidade na interferência da história
da outra pessoa; mesmo que ela seja, aquela pessoa que consideramos como um
desses invisíveis que estão espalhados, semeados, pulverizados em nossa caminhada
diária. Como dizia Freud: Qual a sua responsabilidade na desordem pela qual
você se queixa? Acredite, estou levando muito a sério quando digo que temos grandes
responsabilidades sobre a história do outro. Faça uma pausa rápida nessa
leitura e tente imaginar quanta gente você já conheceu, quanta gente você já abraçou,
pra quanta gente você já olhou e disse “Uau, quanta saudade! ”, “Te amo muito”,
“Conte comigo, você é meu amigo (a) e sempre estarei por perto” ou mesmo “nunca
vou te abandonar” e todas essas frases típicas e recheadas de efeitos, que as
vezes parecem mais com um punhado de chiclete que compramos na mercearia da
esquina e distribuímos sem nos importar com a qualidade do mesmo. Pense um
pouco agora, qual será o efeito causado no ouvido; no coração ou na alma de
quem recebe um desses chicletes? Escrever sobre isso me fez lembrar de uma
canção do grande ícone do Soul brasileiro, Tim Maia, que tem por título Azul da
cor do mar, quando ele diz em uma de suas celebres frases o seguinte: Ver na
vida algum motivo para sonhar. A intenção não é fazer algum tipo de análise do
texto e contexto da canção, nem interferir na liberdade poética do Tim, mas,
estou pensando em uma aplicação prática. Será que estou preocupado com os
sonhos das pessoas? Será que penso se estou ou não interferindo, podando ou mesmo
matando o sonho de alguém, pelo simples fato egoísta da busca pela conquista
dos meus sonhos, dos meus anseios? Como é bom compartilhar tempo com as
pessoas, como é bom contribuir com a felicidade do outro e o mais fantástico é
saber que posso servir de ponte para ligar um alguém, do estado em que ela se
encontra ao êxito; a felicidade ou a conquista que ela tanto sonha. Isso também
me faz lembrar uma história que está na bíblia, onde dois caras (apóstolos) estão
chegando a uma igreja e encontra um outro cara, com um tipo de deficiência física,
pedindo dinheiro (esmola), mas aqueles dois caras disseram que não teriam nenhuma
grana, mas o que eles tinham, eles iriam dar, então a história conta que eles
disseram à aquele cara para levantar e andar e assim aconteceu. Não quero aqui
discutir nenhum tipo de religião, se você acredita em milagres, na bíblia ou
coisas desse tipo, quero falar sobre a disponibilidade daqueles caras em
atender uma pessoa que era constantemente ignorada, a disponibilidade em
observar o que realmente faria aquela pessoa feliz e se posicionar como um alguém
que tem interesse em se responsabilizar pela felicidade do outro. Você já
pensou em todas as vezes que você alterou a vida, o roteiro, o formato do
pensamento de um outro alguém? Você já pensou o quanto você interferiu no curso
da história de um outro alguém? Será que
você pode sorrir ou precisa pedir desculpas?
Pax e Rock and Roll
Pax e Rock and Roll
Nenhum comentário:
Postar um comentário