12/02/2019

É SÓ IMPRESSÃO






É impressão minha ou sempre buscamos de forma profunda, inteligente, digna e eficiente discutir a dor momentânea do dedão do pé, causada por um tropeço que aconteceu na grande e marcante cruzada dos sete mares do meu quarto para a cozinha? Enquanto a beleza de poder respirar é meramente a forma óbvia da existência.
É impressão minha ou os livros que tenho lido não me entregam as respostas que quero, não tem apresentado muito efeito ou sentido? Pois tenho me preocupado mais em encontrar uma frase que me cause o efeito “boca aberta” do que desenvolver interesse em perceber a capacidade que o outro tem de abordar sobre aquele assunto e saborear a vantagem de enxergar uma outra opinião, seja ela contrária ou que reforça a minha.
É impressão minha ou reclamamos de tudo, de todos, das situações, das dificuldades?
É impressão minha ou todos os dias escolhemos dizer que estamos assim porque o outro não nos estendeu a mão?
É impressão minha ou temos todas as respostas e somos expert em criticar, mas nunca alcançamos o caminho da satisfação plena?
É impressão minha ou todos os dias acordamos para cumprir o plano traçado de alcançar a felicidade e no fim de mais um dia, voltamos a dormir dizendo amanhã continuaremos?
É impressão minha ou não queremos aceitar que a vida não é o começo, mas sim o fim?
É impressão minha ou você está lendo esse texto e já conseguiu me criticar e dizer que estou errado, sem aceitar que é apenas um ponto de vista e que não foi escrito a partir de sua perspectiva e sim de outra pessoa?
É impressão minha ou para os que se dizem cheios da fé as vezes se pegam pensando? “Esse plano de Jesus Cristo ferrou, não deu muito certo” vou tentar ajudar um pouco, tenho bons argumentos, as pessoas vão se convencer que vale a pena.
É impressão minha ou vivemos reclamando e nada está bom e quando fica bom já está na hora de acrescentar mais alguma coisa e aí volta a não ficar bom, então voltamos a reclamar?
É impressão minha ou aceitamos que somos felizes quando ampliamos nosso egoísmo? Quando eu tenho dinheiro, quando eu tenho meu carro, quando eu tenho minha casa, quando eu e minha família estamos confortáveis, quando eu tenho meu trabalho, quando eu estou saudável, quando eu tiro minhas férias, quando eu faço a viagem dos meus sonhos, quando tenho meu tempo para relaxar. Será que não era para que eu compartilhasse a caminhada, a dor e a alegria com o outro?
É impressão minha ou meu coração só fica cheio de compaixão e responsabilidade, enquanto assisto o noticiário e o outro é soterrado, enquanto o outro é asfixiado, enquanto o outro se afogou?
É impressão minha ou só percebo a falta de amor quando preciso e não sou atendido, visto ou ajudado?
É impressão minha ou você acha que tudo que está nesse texto precisa ser repensado pelo autor, pois você não é desse jeito, então é melhor que o autor reveja seus conceitos?
Acho que não, é só impressão!


Rev. Missinho
Paz e Rock and Roll

27/12/2018

AMORDAÇADO POR OPÇÃO?



FONTE: http://www.acriticanews.com


Não sou bélico, não sou em pessoa à frustração, só não quero me indispor, para que discutir? Para que chatear o outro, não é? É claro que tenho razão, mas o outro tem direito de não acreditar, concordar, aceitar ou ouvir eu falar. Tenho certeza que dentro desse turbilhão de desigualdade podemos viver em plena harmonia, sou pacífico, um ponto sem expressão em um universo de opiniões, mas que opinião? Estou calado, não emito sons, indignado, engolindo meu descontentamento, dilacerando minha alma por acreditar que calar é ser politicamente correto, não manifestar minha opinião é a melhor opção, será? Evitar a discussão com quem tem opinião diferente não é educação, é omissão. Preciso entender que uma sociedade é formada pelos comportamentos dos seus atores cotidianos, pelas idas e voltas, erros e acertos, mudanças por falta de reação somada a muita reclamação. Não gostar de tudo que acontece é um fato, mas não fazer nada e ver acontecer é beber o vinho podre da decepção, as minhas ideias são fantásticas, a minha paralisia não. Espero um dia sair da cadeira de rodas, sair da UTI do medo da pressão, sair do manicômio da passividade, sair das sombras, sentar à mesa, olhar nos olhos, discutir o improvável, visível e invisível, o agora e como será a próxima estação, caminhar lado a lado com a contramão. É necessário discutir assuntos, ideias, possibilidades, pôr em prática tudo que passa pela minha cabeça com a força das minhas habilidades, não posso afirmar que sempre estou certo, claro, mas posso e devo abordar minha opinião, já pensou se realmente estou certo? Se não falar, se não me posicionar, se não evidenciar, estarei tolino o poder do outro de pensar, não quero brigar, não quero bater, não quero amedrontar, quero só deixar de ter medo de falar, medo de ser reprimido, medo de ser ridicularizado por ser de uma classe social, por ter uma fé, por ser de uma cor, por ter uma opção sexual, todos têm direito a ser, a fazer, ao dissabor, ao amor. Sou um humano, mas o mais chocante do ser humano é ser humano, sou humano e tenho direitos, direitos humanos, o direito de ser, de expressar, de acreditar, de dever, de pagar, olhar para o alto e uma lágrima derramar, direito de ser diferente igual a todo mundo, direito de cumprir meus deveres, direito de não me calar, direito de não concordar, por medo de alguém me calar.



Rev. Missinho
Paz e Rock and Roll

17/12/2018

AINDA ESSE ANO, UMA INTERROGAÇÃO!!!




http://www.rubensjunior.net.b


Tudo foi corrido, apressado, descontrolado, rápido demais ou estava olhando para o lado errado? Qual foi a preferência do meu olhar? Exercitei a minha força de acreditar ou deixei a vida me levar? Ano passado tive medo, entrei na fase II, pensei: O tempo está acabando! Fiquei com uma dúvida, se era o fim ou ele estava acabando comigo, me empurrando para o fim. Passou o tempo e eu parei, fiquei olhando, pensando, não sei o quanto foi bom, não sei o quanto foi ruim, tudo é novo, mas parece ser um pouco mais do que sempre já existia. Ainda estou buscando o melhor jeito, não quero ficar desse jeito, preciso produzir, não um pouco mais, mas, muito mais, será que tenho como fazer? Será que tenho como construir? Será que estou vendo o que e onde quero chegar? Sou eu quem defino onde o horizonte é infinito, onde a distância é inalcançável, onde é o ponto de parada, quando tenho medo de avançar. O mundo é escuro, tem gente agora mesmo de um lado para o outro, sorrindo, sentando, levantando, correndo, gritando, é divertido, é domingo no shopping, é fim de tarde no campão de terra batida, rolando um futebol do peladeiro de carteirinha, sorrisos e lágrimas, ideias e frustrações, sentado na companhia da solidão, ela olha pra mim e diz querer me matar,  um “oi” me salva por um triz, retomo a minha força e recomeço dizendo o que devo fazer, brota um sorriso, enxergo o que já fiz, penso e vou fazer mais, tomo decisões, algumas delas do tipo nunca fiz, nem sei o que e como vai acontecer, qual será a reação, o impacto, alucinação, o desfecho? Não tenho nem ideia! Como será a aceitação? Longe de saber se dará certo, só não posso negar que o que eu vejo são poucas opções, é a hora de acertar na mosca, o alvo não pode ser uma certeza de não dar certo, mas se tudo quebrar? Se tudo parar? Que chato, quanta pergunta, quanto medo, a única alternativa é acreditar, alguém já disse que o amanhã não me pertence, tenho agora, é pouco eu sei, sempre tenho que pensar um pouco mais adiante, onde ainda não é meu, onde eu ainda não cheguei, mas... bem... ainda é esse ano, tudo bem, tem uma interrogação, mas o que seria o meu sucesso se não fosse as minhas sérias dúvidas me oferecendo a tomada de decisão? Está tudo pronto, sempre esteve ou estava olhando para o lado errado?

Rev. Missinho
Paz e Rock and Roll

28/06/2018

PRECISO MORRER





O que pode nos separar, oferecer a ausência através de uma perspectiva imediatista e totalmente egoísta? Imagino que a morte, vejo a morte como um intervalo que mais parece uma eternidade, mesmo para quem acredita que em algum momento vai encontrar e viver na eternidade, mas enquanto existe vida, me consome pensar e projetar o quanto preciso morrer a cada dia para algumas coisas que é evidente que me matam? A vida e a caminhada é tão plural, atraente, insignificante, sem precedentes, um espaço de instantes, uma folha em branco, agora vazia, mas em um segundo já cheia de questionamentos? Então nos deparamos com a linha divisória que nos indaga, o quanto devemos morrer para uma expectativa que já está morta e não nos produz nenhum tipo de benefício? Quanto somos, daquilo que nos é oferecido através de palavras dos outros, que tentam montar um ser insustentável, que, com certeza não tem interesse em realmente nos ajudar em nos construir, nem mesmo de estender a mão para ajudar de verdade? Mas se satisfaz em poder oferecer uma excelente e eloquente crítica de tudo que nem ele mesmo é ou será! Mas então, o quanto somos daquilo que precisamos ser realmente? Quanto temos de coragem para reagir de forma contrária a força da confortável paralisia intelectual? Aquela que impede de sentir o gosto desagradável da indisposição diante de uma contextualização ainda não vivida. Formamos opiniões sobre o que não sabemos, opiniões que nascem por ouvir meia dúzia de conceitos dos que levantam simplesmente a bandeira do contra, mesmo sem nunca ter sentido na pele a dor do outro, que na verdade, mais precisa da minha e da sua ajuda, quanto de coragem escorre entre meus dedos, quando preciso tomar conta e colocar no lugar correto o que eu sou e preciso ser? Quanto de ausência de coragem eu tenho em olhar para frente e oferecer mais um passo na direção do que me desafia? O quanto é confortável me esconder atrás da minha fantasia glamurosa, no mais nobre estilo “mas o que posso fazer?”

Paz e Rock and Roll